quinta-feira, 10 de junho de 2010

Eu sou a bola deste jogo

Eu sou a bola do jogo. Eu sou a bola da vez.

Eu sou essa bola chutada todos os dias por milhares e milhares de pessoas no mundo inteiro.

Tem gente que nasceu pra ser trave, pra ser grama, pra ser apito, eu nasci pra ser bola, e você?

Eu sou a bola do jogo. Eu sou a bola da vez.

E não me venham com desculpinhas, eu sei muito bem que todos os senhores já me chutaram um dia...

Me joga pela esquerda, pela direita, passa por um, passa por outro, dribla um dribla outro, vai com tudo e é gol!

É gol! É gol de letra, de calcanhar, de primeira, de bate pronto, de chapa, de peixinho, de bico!

É gol e porque a festa? É gol de quem? Quem é que vai ganhar esse jogo?

Se eu murchar, vai mudar alguma coisa? Será que se eu e minhas companheiras bolas murcharem, vai mudar alguma? Vai mudar alguma coisa?

O meu sonho sabe qual é? 11 bolas contra 11 jogadores. Um jogo de igual pra igual. Frente a frente.

Eu sou essa bola velha, suja, murcha, podre... Eu sou essa bola cansada que um dia hão de trocar por uma novinha em folha.

Decidi, estou de partida nessa partida... Estou indo embora pra gandula nenhum vir me pegar... Chega! Chega desse jogo cruel, chega meus senhores, desse sabor amargo, dessa vontade louca de explodir de tanto gás que há em mim, pouco importa, tantas outras bolas estão por aí sendo fabricadas... Cansei de ser a bola da vez...

Rodando e rodando e rodando e rodando e rodando e rodando e rodando...

Fim de jogo. Zero a Zero. E eu? Continuo sendo a bola do jogo...

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